segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Continuando...


É engraçado quando as coisas acontecem com a gente a gente fica burro e só pensa o que não deve.
Eu não lembro direito o que me chamou atenção no jaleco do Dr. Carlos, mas era algo que se relacionava com hematologia, quando eu o vi vindo em minha direção comecei a tremer. Ele já sabia que eu era farmacêutico, disse que foi chamado para ver meu caso e que ao ver minhas laminas de sangue...blablablablablablabla...eu sabia de tudo o que ele estava falando mas na hora eu não queria acreditar.
Para confirmar eu tive que perguntar algo do tipo: “e o que eu tenho” ele respondeu o que todos sabemos, disse que precisada de um teste para confirmar (ai!), mas que pela experiência dele era só para confirmar, perguntei se ele tinha algum outro diagnostico e ele disse que o segundo palpite e o terceiro eram os mesmos. Lembro-me muito bem que minha reação foi um suspiro bem fundo em que eu pensei: FUDEU.

O que eu mais queria naquele momento era conversar com minha namorada...eles (Dr. Carlos e alguns acadêmicos) ainda permaneceram comigo por um tempo, conversando sobre a doença e o tratamento, mas a única coisa que eu pensava era que tudo o que eu tinha planejado, tudo ia ter que ser adiado e por um tempo bem longo.

Quando eles saíram do quarto pude ligar para minha namorada, os dois não conseguiam se falar de tanto choro, e eu não acreditei quando ela largou tudo o que tinha para fazer na cidade dela e foi na hora para Alfenas. Enquanto ela passava a noite na estrada eu passei a noite mais longa da minha vida, passei um tempo com amigos que distraíram, mas a noite eu só pensava que eu teria que largar uma situação que eu estava amando.

Muitos não sabem, mas eu fui tentar morar em Campinas e tentar exercer minha profissão. Foi o pior ano que eu passei, não me adaptei a cidade, virei uma pessoa chata e infeliz, com ajuda de amigos, professores e minha namorada resolvi abandonar tudo, voltar a Alfenas e investir em um mestrado.
Eu estava muito feliz, eu e meu orientador empolgados com o projeto, vivendo uma experiência maravilhosa de morar com minha namorada...e desculpem meu egoísmo, é só nisso que eu penso, a doença na maioria das vezes está sendo secundaria, sei La é estranho, é uma coisa que está aqui em mim mas eu não me abalo com ela, ela nunca me assustou. O meu maior sofrimento é adiar toda essa maravilha e uma das coisas mais dificeis é esta sento ficar longe de ti querida!

No dia seguinte a preocupação era com o exame e minha transferência... Não sei como e nem quem ao certo agradecer, mas eu não soube de nada do que estava acontecendo e tudo se resolveu, passei mais um dia em Alfenas e viemos (eu e minha namorada) para Belo Horizonte...

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